Corria o ano de 1942 quando Viktor Frankl foi deportado com a sua mulher grávida, para um campo de concentração. Tinha estalado a segunda guerra mundial, os tempos difíceis tinham chegado, e o mundo não seria mais o mesmo. Nem Viktor, que depois de uma experiência atroz, se transformou num ser humano incrível, ajudando a humanidade a olhar para o verdadeiro sentido da vida.

Algo que todos nós estamos a ser “obrigados” a fazer, sendo que o inimigo actua no campo invisível e desta vez a guerra une-nos a todos. Nas nossas casas. Com as nossas famílias. Enquanto pais, mães, filhos, colegas, vizinhos e perfeitos desconhecidos.

A nossa realidade social alterou-se de uma forma tão acelerada, como se um carro embatesse a 120 km/hora contra uma parede de betão. Por isso custa tanto. Por isso queremos que a vida seja rapidamente igual ao que já foi. Porque queremos ser felizes, e, para o sermos, precisamos de nos sentir livres. E foi a verdadeira liberdade que Viktor encontrou dentro de 4 paredes, com temperaturas negativas a assolarem-lhe o corpo e acontecimentos dramáticos a rasgarem-lhe a alma. Mas encontrou a tão desejada liberdade, que o libertou e o transformou. Por completo. Para sempre.

Porque ele escolheu, tal como nós podemos fazer. Escolher o significado maior para aquilo que nos está a acontecer. A razão, o propósito, o sentido maior das coisas.

Então, se o vírus nos trouxe tempos difíceis e nos empurrou para aqui, que aproveitemos agora aquilo que ele nos traz.

E ele traz-nos um teste gigante à nossa coragem, traz-nos um desafio imenso ao nosso amor e uma prova infinita à nossa solidariedade e união.

Que nos unamos então. Começando por dentro. Indo ao nosso centro. Porque não é possível apagar fogos se o nosso veículo de combate não estiver atestado.

Quer dizer que está na hora. De ir para dentro, para o nosso centro. Reforçar, reabastecer, reflectir, para conseguirmos reconstruir.

Mas porque nos tempos difíceis que actualmente vivemos, custa tanto fazer isto?

Porque tudo mudou rapidamente e todos os nossos hábitos foram alterados num piscar de olhos. Daí a confusão. Daí a incerteza. Daí o conflito. Porque existiu uma quebra de hábitos brusca, inesperada, quase tsunâmica. Mas a boa noticia é que podemos escolher. Tal como Viktor escolheu.

Escolher o significado maior para esta mudança. Escolher vir para dentro. Escolher estar no nosso centro.

Os nossos filhos pedem-nos isto. As nossas famílias pedem-nos isto. As nossas empresas pedem-nos isto. O país pede-nos isto. Que sejamos um exemplo.

E este exemplo apenas pode vir de ti, de mim, de nós, dos nossos novos hábitos que precisamos de construir. Com o tempo que agora temos. Com os tempos difíceis que agora vivemos. Porque o momento é AGORA!

Que exemplo de novos hábitos podemos agora dar a todos aqueles que para nós olham?

Hábito 1: Começa. Sim, começa bem o dia e levanta-te à mesma hora que antes de tudo isto acontecer te levantavas. O nosso cérebro está habituado a cumprir horários e rotinas que nos trouxeram até ao dia de hoje, portanto, se tinhas o hábito de te levantar cedo para ires trabalhar, deves continuar a fazê-lo. Só que agora a vida pede-te para trabalhares em ti.

Hábito 2: Respira activamente durante 10 minutos de forma a limpares a tua mente e a melhorares o teu sistema imunitário, alterando o PH do mesmo e alcalinizando o corpo. Aconselho-te a realizares o método de respiração do mítico Wim Hoff, que provou cientificamente resultados imediatos.

Hábito 3: Medita. Fecha os olhos e medita, indo para dentro. Começa com 1 minuto e vai aumentando gradualmente.

Segundo Richard Davidson, um neuro cientista da Universidade de Winsconsin, que levou a cabo um estudo de longo prazo sobre os efeitos da meditação no cérebro durante 12 anos, tendo como uma das principais personagens do estudo o monge Matthieu Ricard intitulado de o homem mais feliz do mundo, concluiu que são 4 os componentes necessários para o bem-estar que conduzirá à felicidade:

*A resiliência – a capacidade de recuperarmos rapidamente das adversidades da vida.

*O lado oposto – o desenvolvimento da capacidade de vermos o lado positivo das coisas em qualquer situação.

*A atenção plena – a capacidade de aprendermos a educar a nossa mente para o momento presente.

*A generosidade – a capacidade de sermos bondosos para os outros, ativa a parte do nosso cérebro que sustém as emoções positivas de forma duradoura.

Através da prática da meditação diária, estes 4 componentes podem ser mentalmente estimulados e treinados, especialmente em tempos difíceis, tal e qual como se treina para uma maratona, para tocar violino ou para aprender a cozinhar.

Hábito 4: Mesmo estando confinado em casa, veste-te como se fosses trabalhar. A nossa mente inconsciente controla a maioria das nossas decisões e condiciona o nosso estado emocional, por isso, precisamos de largar a ideia de que estamos de férias em casa mantendo o pijama vestido ou abandonando-nos a roupas que inconscientemente nos fazem abraçar estados de preguiça. Veste-te, arranja-te e empodera-te.

Hábito 5: Aprende. Acredito que a vida nos colocou perante esta situação porque quer que aprendamos. Muito. Rápido. E em vários formatos. Portanto, aproveita o tempo que agora tens, mesmo estando em teletrabalho, para ouvires audiobooks, para leres livros, para fazeres cursos e programas online. A vida pede para nos desenvolvermos. Que nos consigamos comprometer então com o nosso desenvolvimento pessoal.

Hábito 6: Constrói a Visão que queres para a tua vida. Foi isso que Viktor fez durante anos a fio. Diariamente, em campos de concentração. Ele conseguiu imaginar-se fora daquele ambiente todos os dias da sua vida. Nós felizmente não estamos nessa situação, portanto, que aproveitemos o tempo e o ambiente onde estamos para construirmos a pessoa em que nos queremos tornar. Para sairmos mais fortes, mais entusiasmados, mais felizes de tudo aquilo que está a acontecer. Mas o trabalho é teu. É meu. É nosso.

Agarra num caderno e escreve objectivamente a Visão para a tua vida: O que queres para a tua saúde (que energia e vitalidade queres para o teu dia). O que queres para a tua família (que momentos queres viver e com quem). O que queres para o teu relacionamento (o que queres e como te queres sentir com a pessoa que amas). O que queres para a tua carreira (como queres fazer a diferença através da tua profissão). Como queres que seja a tua vida financeira (quanto queres e mereces ganhar financeiramente). Quem são as pessoas de quem te queres rodear (com quem queres aprender). Que momentos de diversão e aventura queres viver (para onde vais viajar e com quem vais celebrar). Qual o teu propósito de vida (O que te realiza, preenche e dá sentido à tua vida). Trabalha na tua Visão. Todos os dias.

Hábito 7: Agradece. Por teres um lar. Por teres comida, água, electricidade. Por veres a enorme escala de cores assim que abres os olhos pela manhã. Por ouvires, saboreares, sentires. Por estares vivo. Aprecia tudo isso. Porque a apreciação é a porta de entrada para a gratidão, a emoção que tudo cura e onde nada falta.

Através da gratidão consegues romper o medo, castrador da vulnerabilidade, bloqueador da nossa essência e gerador de escassez. Consegues superar estas tempos difíceis.

A prática diária da gratidão permite-nos em primeiro descobrir e por consequência aceitar que nada, mas mesmo nada nos falta. E quando descobrimos que nada nos falta, descobrimos que estamos dentro. No nosso centro.

Hábito 8: Ajuda. Contribui. Faz a diferença na vida de alguém. Dá a “mão” ao outro. É engraçado como esta expressão nos pode trair nos tempos que correm, se não podes dar a mão fisicamente, dá a mão com a tua presença e com a tua energia, mas dá a mão. Através de uma conversa, de uma ação, de um olhar. Mas dá. Ao outro. O amor. Que já tens dentro.

Existiriam muitos mais hábitos a explorar nestes tempos, e por isso, eu e a minha equipa criamos a comunidade SAÍDA DE EMERGÊNCIA. Para que todas as pessoas saibam o que fazer em tempos difíceis. Para te juntares à comunidade, clica aqui https://saida-de-emergencia.net/

Coragem. Valentia. Amor. Estamos juntos e vamos tornar este mundo melhor.

Envio-te um abraço inspirador.

Mário Caetano

Coach, autor e palestrante

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