Há uns anos atrás, quando me encontrava num hipermercado para fazer algumas compras, lembro-me de ter olhado para uma prateleira com o desejo de comprar uns alimentos para as minhas filhas e de ter pensado “gostava de levar isto, mas sobram-me 3€ de tudo aquilo que preciso comprar e afinal não vou ter dinheiro que chegue para levar isto”.
Foi como se uma faca me tivesse atravessado o peito naquele momento. Lembro-me de me ter sentido revoltado com algumas injustiças da vida, lembro-me de ter culpado tudo e todos e lembro-me de me culpabilizar pelas escolhas que tinha feito.
Lembro-me também de, ao chegar a casa com os poucos sacos de alimentos que tinha trazido, de ter aberto a janela da sala para respirar e enquanto o fazia, ganhei consciência que me encontrava naquele ciclo de escassez há já algum tempo.
Era um ciclo onde parecia que as coisas não avançavam, que as soluções não apareciam e que o desânimo imperava. Era um ciclo de escuridão. Um ciclo onde tinha medo de perguntar, medo de arriscar e medo de avançar. Tinha medo de ser quem eu era.
Sim, era um ciclo de medo. E, enquanto respirava à janela, percebi que só eu o podia quebrar. Quebrar o ciclo, de dentro para fora.
E então olhei para dentro. E simplesmente apreciei. Sim, apreciei ter chegado aquele momento, o momento de decisão. O momento de escolha do caminho a seguir.
O momento de Transformação.
Achas que foi fácil?
Não, não foi nada fácil apreciar o que me faltava. Não foi nada fácil apreciar chegar ao final da primeira semana do mês e já não ter dinheiro para pagar as contas. Achas que foi fácil apreciar chegar uma e outra conta para pagar e estar uma e outra, e outra vez aflito? Não, não foi nada fácil mas… foi o que mudou a história do jogo. Foi o que fez mudar tudo. Tudo mesmo.
Apreciar e agradecer. Agradecer por tudo aquilo que me estava a acontecer. Agradecer por tudo aquilo que me faltava. Melhor, agradecer por ter percebido que o que me faltava era tudo aquilo que precisava. O que me faltava era tomar a decisão. A decisão de seguir em frente. Sem mais culpa. Sem mais culpados. Sem mais remorsos. Sem mais medo. Com gratidão. O antídoto do medo.
Sim, a gratidão é o antídoto do medo. Porque o medo resulta de colocarmos continuamente o nosso foco fora de nós. Resulta da comparação e de nos sentirmos insuficientes aos olhos dos outros. Resulta da busca constante das nossas limitações. E o que quebra esse ciclo vicioso é olharmos para dentro. E apreciarmos. A nossa força, a nossa coragem, a nossa vulnerabilidade, a nossa unicidade. Apreciarmos os nossos dons e os nossos talentos. Apreciarmos o nosso caminho enquanto o caminhamos.
A apreciação gera gratidão, que por sua vez rompe com o medo que gera limitação. A gratidão gera abundância. A começar dentro. De nós.
A gratidão é o antídoto do medo. E eu sinto-me tão grato por realizar retiros e eventos que transformam a vida de tantas pessoas, ajudando-as a perceberem este e muitos outros conceitos e principalmente a integrarem-nos na sua vida e a sentirem-nos no seu dia a dia.
Desejo que, independentemente do momento que estejas a atravessar ao dia de hoje, que o aprecies e agradeças. De verdade.
Desejo-te um dia inspirador.
Mário Caetano
Retiro “A Transformação”, em Portugal. Vê aqui neste link.
Retiro “A viagem ao teu Propósito de vida”, no Brasil. Vê aqui neste link.
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