João Carlos Martins começou a tocar aos 8 anos, e aos 10, já era um pianista de renome. Tornou-se o maior intérprete vivo de Bach, tendo gravado a sua obra completa – mais de 400 composições dificílimas, conhecendo-as de cor. Chegou a conseguir tocar 21 notas por segundo. Com 25 anos, num ferimento enquanto jogava futebol, perdeu parte do movimento da mão direita.
Tentou tratamentos dolorosos para recuperar a mão direita. Usou botox, luvas, morfina, 19 cirurgias na Europa. Procurou a religião, percorreu diversas igrejas…
Foi quando teve a Síndrome por Esforço Repetitivo e um tumor na mão esquerda, e perdeu o movimento nas 2 mãos – “No dia que os médicos me disseram que eu nunca mais iria tocar piano, o chão acabou para mim. Mas depois eu percebi, com uma música de Schumann, que eu ainda conseguia chegar ao coração das pessoas.”
Ele brinca citando que o seu pai viveu até os 102 anos (morreu de acidente) e que ele ainda tem uns 30 anos para viver da música.
“A PIOR coisa me aconteceu, foi perder o movimento das mãos. E a MELHOR coisa que me aconteceu, foi perder o movimento das mãos.” Maestro Carlos Martins
Equipa Mário Caetano

Tive o prazer de estar com ele e trocar uns minutos de amena cavaqueira, no Tivoli, este ano, por gentileza da Talenter. Foram momentos empolgantes e uma dedicatória que trouxe para os meus filhos, assinada por ele, vai ser o testemunho de força e perseverança que sempre lhes pretendo transmitir. Parabéns Mário, por este tributo.
Obrigado Ana!